Observando os fatos do cotidiano
escolar, especialmente aqueles literalmente ligados a atos de
destruição do patrimônio (vandalismo) e os mais graves como
bullying, assédios, e nos casos mais extremos homicídios, penso ser
importante discutir acerca da possível influência do contexto da
sociedade atual no comportamento humano.
Todavia, conforme o tema deste texto
que está exposto no título, é eivdente que as relações
interpessoais no ambito da sala de aula demostram a possibilidade de
estarem cada vez mais distantes daquilo que se chama EDUCAÇÃO
considerando os objetivos educacionais.
Refletindo sobre a realidade
contemporânea levanta-se os seguintes questionamentos: “O que está
acontecendo com nossos alunos e professores?”, “Até que ponto
nossos alunos estão aprendendo os conteúdos escolares?”, “Por
que, ao que parece, a preocupação maior está em obter nota ao
invés de realmente aprender a ler e escrever bem, por exemplo?”,
“Onde estão os pilares da educação que são aprender a ser, a
conhecer, a fazer, a conviver?” Estas são algumas perguntas que
diante do contexto atual gera debate por conta das inúmeras
hipóteses as quais podem ou poderiam respondê-las.
Há quem não concorda que comparações
temporais sejam feitas, porém o passado é uma referência e jamais
deve ser ignorado.
É notória a mudança rigorosa
trazida pelo século XXI, o que deixa claro a necessidade de atenção
e adaptação por parte de todos os envolvidos no processo educativo
que vêm de épocas anteriores. Entretanto, o que dizer dos
educadores os quais estão se formando na nova era que já fazem
parte do quadro atual?
O comportamento humano sofreu grande e
signidficativa transformação. As mudanças podem ser orginárias de
conceitos e valores os quais também estão modificados. Algumas
características comportamentais podem ser destacadas:
- Pai, mãe e professor se tornaram 'você'. Alguns conseguem ter e manter autoridade, mas a maioria é tratada como 'colega', e com 'colegas' pode-se agir de qualquer maneira;
- O quadro-negro que passou a ser verde tornou-se quase obsoleto, afinal, a era é digital e a tecnologia é o recurso mais utilizado para tudo;
- A escola está cada vez mais sendo substituída pelo computador. Antigamente, porém não muito tempo atrás, o ensino à distância não tinha o valor que tem hoje, haja vista que é facilitador sob vários aspectos,
- O professor, consequentemente, passou a saber menos do que o Google;
- Os alunos apresentam-se imediatistas, impacientes, ansiosos, depressivos, desestimulados para estudo, trabalho, pois os estímulos fora dos muros escolares são mais eficazes, atraentes;
- As pessoas, de modo geral, estão agitadas, estressadas, exigentes sobre direitos sem se importarem com os deveres;
- A comunicação está prejudicada;
- Hoje não há limite, tudo está em excesso;
- A educação para o 'ser' está cada vez mais dando lugar ao 'ter'. Pensa-se que se não for assim ocorre exclusão social;
Falando ainda em educação, onde está
a mediação principalmente no que se refere às crianças? Como elas
estão absorvendo, entendendo, e o que estão fazendo com tantas
informações?
Provavelmente, existem origens para
estas e tantas outras alterações de comportamento. Cabe refletir e
verificar quais são tais origens de maneira que se possa a partir
delas ajustar e reajustar as relações interpessoais na escola.
Acredita-se que o maior desafio é
tentar resgatar os valores e conceitos que sempre deram certo, mas,
como diz o dito popular, “uma andorinha não faz verão”.
Noêmia A. Lourenço