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O conteúdo deste blog é direcionado a professores, coordenadores pedagógicos e diretores de instituições públicas e particulares de ensino, além de psicopedagogos, pais e interessados na prevenção contra problemas de aprendizagem.

Pense Nisso!


Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos
(Provérbio antigo)



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O BOM DESEMPENHO DA ESCOLA II

ENSINAR E APRENDER
A ajuda do professor-coordenador é essencial para que os docentes tenham possibilidade de crescer e se desenvolver profissionalmente

O professor precisa considerar os alunos como seres únicos e perceber que existe uma grande diferença entre ensinar e aprender. Esse é o ponto de partida para que se faça uma avaliação eficiente da aprendizagem, na opinião da pedagoga Raquel Brunstein, pesquisadora e coordenadora da área de Escola do CENPEC (Centro de Pesquisas para Educação e Cultura). Na entrevista a seguir, ela mostra como a análise do desempenho dos alunos pode ser útil para a diversificação do trabalho em sala de aula e para a busca de capacitação.

Por que é difícil, para a maioria dos professores, avaliar seu trabalho a partir do desempenho apresentado pelos alunos?

Para muitos professores, existe uma relação direta entre o que ensinam e o que é aprendido. Por isso, cobram do aluno exatamente o que ensinaram. Eles não percebem que os estudantes são seres que possuem histórias de vida diferentes e modos de aprender distintos. Quando o docente leva em consideração somente o conteúdo dado como referência para avaliar a aprendizagem, ele pode concluir que os alunos não são capazes de aprender. Então, sente-se frustrado, pois não percebe que a informação chegou aos alunos de diferentes formas.

Como o professor pode perceber, no dia-a-dia, se cada um de seus alunos está aprendendo?

Os alunos estão sempre aprendendo e avançando, em função do conhecimento que já possuem. Por isso, é muito importante observá-los, conhecê-los e saber ouvi-los. O professor deve estabelecer uma rotina de trabalho e adotar, por exemplo, um caderno de anotações, onde possa registrar como são todas as crianças e quais suas dificuldades e progressos. Dividindo quarenta alunos em cinco grupos, ele pode avaliar oito por dia. Após percorrer toda a classe, o professor volta ao primeiro grupo e, em seu caderninho, faz novos diagnósticos e comparações. Assim, vai atribuindo conceitos aos alunos e os avaliando.

Ao mesmo tempo em que faz essa avaliação contínua, de que maneira o professor pode diversificar seu trabalho para permitir que todos aprendam?

Se 30% dos estudantes de uma classe já assimilaram um determinado conteúdo, o professor vai criar um problema disciplinar se propuser que todos voltem ao mesmo assunto. Por isso, é essencial diversificar o trabalho em sala de aula. O professor pode propor aos mais adiantados tarefas para serem desenvolvidas nos cantinhos da classe, onde materiais pedagógicos referentes às disciplinas estão disponíveis, ou na biblioteca. Mas esse trabalho deve ser significativo e passar por avaliação. Enquanto isso, o professor deve propor novas atividades para que o restante dos alunos assimile o conceito já ensinado.

Como o professor-coordenador pode ajudar os docentes a transformar as dificuldades que sentem em sala de aula em caminhos para buscar sua capacitação?

É na troca de experiências com os pares que o docente vai aprender. Por isso, as HTPs (HTPCs)* devem ser planejadas como momentos de crescimento pr0ofissional para toda a equipe. Cabe ao professor-coordenador criar um clima favorável para que os docentes façam uma avaliação de seu trabalho. Quando o professor mostra o mau desempenho de sua classe, ele está se expondo, sentindo-se fracassado, o que não é fácil. Ele só fará isso se souber que alguém vai ajudá-lo. Identificadas as dificuldades dos docentes, o professor-coordenador deve buscar soluções, pesquisando e apresentando bibliografias e vídeos para discussão. As limitações dos professores em sala de aula podem ser, também, pontos de partida para cursos de capacitação promovidos pelas oficinas pedagógicas. E aí se incluem os professores-coordenadores, que não são seres oniscientes e também precisam estar constantemente se aperfeiçoando.

Raquel: “É importante observar os alunos, conhecê-los e saber ouvi-los”.



Fonte: Texto extraído do Jornal Escola Agora Aprendendo sempre. Ano II – nº 10 – abril 1997 – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo. p. 3



*Observação da Proprietária do blog



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