No final do ano, devido à promoção automática para a série seguinte, a professora coordenadora estava tendo a maior dificuldade para explicar a um aluno seu porque ele tinha sido promovido, embora ele tivesse sido indisciplinado e nada tivesse feito o ano todo, exceto bagunça e vadiagem.
O aluno, por sua vez, também estava surpreso por ter sido promovido e queria saber da professora porque ele tinha sido aprovado em cada matéria:
--- Professora, como fiquei com “C” em Matemática, se eu não fiza nada?
--- Se você fizesse, você acertaria?
--- Não.
--- Então, você não fez, não acertou, mas também não errou. É “C”.
--- Mas e em Português? A Professora me colocou para fora da sala porque eu ficava o tempo todo falando para as meninas: “Eu tenho, você não tem. Eu tenho, você não tem”. Como é que eu fiquei com “C”?
--- Ora, você conjugou o verbo “ter” em duas pessoas. E uma no negativo.
--- Mas como fiquei com “C” em Inglês? Ninguém prestava atenção na aula dele.
--- Pois é, o professor, por ninguém ligar para ele, passou o tempo todo dando aula para ele mesmo e assim aprendeu muito e deu “C” pra vocês em agradecimento.
--- E Geografia? A professora mandou eu ir ver se ela estava na esquina.
--- Você foi?
--- Fui, mas ela não estava lá.
--- Ela não estava lá porque você foi pra esquina certa. Você tem noção de direção. Isso é importante em Geografia.
--- E em Educação Artística? Eu fui suspenso por causa da professora.
--- O que você fez para ser suspenso?
--- Ah! Eu entreguei um desenho e ela pediu pra eu caprichar mais, dar uma pintada nele. Eu fiz o que ela mandou: desabotoei a calça, tirei e dei uma “pintada” no desenho!
--- Sabe o que é, em Arte o toque pessoal conta muito e você deu um bem pessoal no desenho.
--- E em Ciências?
--- Bem, a professora disse que te usou em uma pesquisa que ela fez.
--- Que pesquisa?
--- Ela pesquisou se há vida inteligente entre duas orelhas de um aluno como você. Como ela achou pelo menos vida, ela deu “C”.
--- Mas e em História? Como eu fiquei com “C”?
--- Bem, embora você tenha dito que a “Lei do Ventre Livre” permitia que os escravos tomassem purgante quando eles estivessem com prisão de ventre, pelo menos você acertou que a Lei se referia a escravos.
--- Ah, entendi.
A professora já estava se sentindo aliviada por ter conseguido explicar tudo quando o aluno voltou:
--- Professora, só mais uma coisinha!
--- O que é agora?
--- Professora, se eu fiz tudo isso, por que fiquei só com “C” e não com “A”?
Autor desconhecido
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