Referindo-se a transferência de responsabilidade pelo fracasso escolar, discutir acerca do papel da família e da escola gera grande polêmica.
Na edição da revista Nova Escola do mês corrente (maio/2009) há uma matéria tratando do tema: “Culpar a família pelo desempenho do aluno”.
Alguns leitores da revista manifestaram, online, comentários muito significativos. A maioria discordou da ideia do texto principalmente quando é mencionada a devida atuação do professor e a responsabilidade da escola na ausência da família, especialmente quando essa apresenta condições precárias que interferem negativamente no processo de ensino e aprendizagem.
Foi notório o ‘fogo se alastrando’. Muito interessante!
Está claro que alguns educadores ficaram indignados pelo fato de a família ter sido, de uma certa forma, defendida.
Porém, no contexto da matéria é perceptível que a autora não fez acusações, apenas chama a atenção para um detalhe muito importante que é a isenção de responsabilidades.
As opiniões têm dois sentidos: um parte do senso comum e o outro do senso pedagógico. Pensando neste último, por que não se pode afirmar que o professor ou a escola como um todo pode reverter situações de mau desempenho do aluno caso a família não o faça? Qual é o papel da escola? De que forma o indivíduo se torna professor? Qual é a sua formação? Qual a finalidade da sua formação? Por que escolheu a profissão professor?
O que se pode fazer e deve ser feito em prol do sucesso do educando enquanto aprendiz e cidadão?
A LDBEN 9.394/96 diz que quem deve garantir a educação é o Estado, a Família e a Escola. Portanto, se refere apenas a Família? Não.
Às dificuldades de aprendizagem atribuem-se muitos fatores. Existem professores que não gostam de ensinar e por isso não atuam como deveriam.
Parece impossível, mas não é, bem como existem inúmeros profissionais trabalhando a contra gosto. Quantos garçons há, por exemplo, que são engenheiros por formação, todavia precisam de emprego nem que seja diferente da sua área profissional?
Se a família não dá conta de seu papel na vida do estudante, espera-se de quem? Na escola quem é a pessoa indicada para ensinar e que está mais próxima do aluno?
Vale ressaltar que há alguém com sintoma (problema) de que algo não vai bem por isso fracassa.
É comum o professor dizer: “Esse menino não aprende porque a família não o acompanha na sua vida escolar!” Não dá para fazer vistas grossas e negar que tal manifestação docente acontece.
Cada envolvido no processo educativo tem sua parcela de responsabilidade, tem uma função, um papel a ser cumprido. Função e papel têm significados diferentes. Uma coisa é ter uma profissão e outra é agir como profissional executando as funções cabíveis à profissão escolhida. Mas, se um não agir devo também cruzar meus braços? Se o outro fizer de qualquer jeito devo fazer igual? Devo agir satisfatoriamente somente se o outro agir da mesma forma?
Enquanto apenas se espera que o outro faça alguma coisa aquele alguém, o mais importante de todos, continua apresentando sintomas e pede ajuda.
Flexibilizar ideias é fundamental, pois para se diagnosticar um problema, hipóteses são levantadas, em qualquer setor.
Ao receber o salário no final do mês o trabalhador tem que pagar contas e verifica que o valor é justo, na medida. Mas ele lembra que no mês anterior fez uma compra a prazo e agora teve que pagar a primeira parcela. O gasto a mais não existia. Essa é uma hipótese. Outra hipótese: os descontos de impostos aumentaram. Outra hipótese: houve desconto por falta/dia dele no trabalho. Enfim, é apenas um exemplo de que é preciso avaliar antes de tomar qualquer atitude, antes de determinar uma causa.
Ser professor não é fácil, ser família também não é fácil.
O ideal não é a dependência, mas a parceria, o auxílio, a contribuição que cada um pode oferecer.
Há pessoas que são contra o “Se”. Mas ele ajuda na busca de solução porque “se” não é possível de um jeito, é possível de outro. “Se” meu aluno não consegue aprender dessa forma, facilitarei para que ele aprenda de outra.
O objetivo desse artigo não é afirmar que a escola deve fazer milagres para resolver questões que não cabem somente a ela, mas apoiar e sugerir reflexão no que tange a conscientização.
A escola pode ter meios mais eficazes de ajudar o aluno com dificuldades.
Há casos em que é a família que pede socorro e não sabe a quem ou como recorrer e proceder. Sente vergonha, medo, insegurança, enfim, acabando por utilizar mecanismos de defesa. É necessário compreender o contexto familiar.
Uma dúvida surge quanto a importância da participação da família na escola e principalmente na vida do educando pela qual ela é a responsável maior: Como atrair os pais?
Não é nada fácil porque há uma série de detalhes, o trabalho por exemplo, que interferem profundamente nesse processo, e além disso é demorado.
Todavia, poder-se-ia começar pela realização de reuniões mais atraentes, dinâmicas, envolventes, que estimulem a afetividade. O método das dinâmicas de grupo é um recurso fantástico. Elogios também, por mais simples que sejam as ações, bem como os educandos.
Os pais ou responsáveis sentem-se desestimulados quando são convocados para reuniões de pais e mestres, pois sabem que só ouvirão reclamações e cobranças. Dar oportunidade para se manifestarem, expressarem seus sentimentos, suas idéias é importante e eles sentem-se valorizados. Descobrir melhores caminhos junto a família é valioso.
Outra dica é a terapia do abraço mesmo a distância.
Ao escrever bilhetes ou comunicados, encerrar o texto dizendo “Um abraço” ou “Abraço” transforma as energias e todo e qualquer problema pode ser resolvido com mais tranqüilidade, pois forma um vínculo positivo.
A família é essencial na vida de um indivíduo e os educadores não estão errados ao pensar no dever que a mesma deve cumprir. Posteriormente trataremos exclusivamente sobre esse tema.
A escola, os professores devem usar a criatividade e as ferramentas necessárias para o bom desempenho do aluno.
Na edição da revista Nova Escola do mês corrente (maio/2009) há uma matéria tratando do tema: “Culpar a família pelo desempenho do aluno”.
Alguns leitores da revista manifestaram, online, comentários muito significativos. A maioria discordou da ideia do texto principalmente quando é mencionada a devida atuação do professor e a responsabilidade da escola na ausência da família, especialmente quando essa apresenta condições precárias que interferem negativamente no processo de ensino e aprendizagem.
Foi notório o ‘fogo se alastrando’. Muito interessante!
Está claro que alguns educadores ficaram indignados pelo fato de a família ter sido, de uma certa forma, defendida.
Porém, no contexto da matéria é perceptível que a autora não fez acusações, apenas chama a atenção para um detalhe muito importante que é a isenção de responsabilidades.
As opiniões têm dois sentidos: um parte do senso comum e o outro do senso pedagógico. Pensando neste último, por que não se pode afirmar que o professor ou a escola como um todo pode reverter situações de mau desempenho do aluno caso a família não o faça? Qual é o papel da escola? De que forma o indivíduo se torna professor? Qual é a sua formação? Qual a finalidade da sua formação? Por que escolheu a profissão professor?
O que se pode fazer e deve ser feito em prol do sucesso do educando enquanto aprendiz e cidadão?
A LDBEN 9.394/96 diz que quem deve garantir a educação é o Estado, a Família e a Escola. Portanto, se refere apenas a Família? Não.
Às dificuldades de aprendizagem atribuem-se muitos fatores. Existem professores que não gostam de ensinar e por isso não atuam como deveriam.
Parece impossível, mas não é, bem como existem inúmeros profissionais trabalhando a contra gosto. Quantos garçons há, por exemplo, que são engenheiros por formação, todavia precisam de emprego nem que seja diferente da sua área profissional?
Se a família não dá conta de seu papel na vida do estudante, espera-se de quem? Na escola quem é a pessoa indicada para ensinar e que está mais próxima do aluno?
Vale ressaltar que há alguém com sintoma (problema) de que algo não vai bem por isso fracassa.
É comum o professor dizer: “Esse menino não aprende porque a família não o acompanha na sua vida escolar!” Não dá para fazer vistas grossas e negar que tal manifestação docente acontece.
Cada envolvido no processo educativo tem sua parcela de responsabilidade, tem uma função, um papel a ser cumprido. Função e papel têm significados diferentes. Uma coisa é ter uma profissão e outra é agir como profissional executando as funções cabíveis à profissão escolhida. Mas, se um não agir devo também cruzar meus braços? Se o outro fizer de qualquer jeito devo fazer igual? Devo agir satisfatoriamente somente se o outro agir da mesma forma?
Enquanto apenas se espera que o outro faça alguma coisa aquele alguém, o mais importante de todos, continua apresentando sintomas e pede ajuda.
Flexibilizar ideias é fundamental, pois para se diagnosticar um problema, hipóteses são levantadas, em qualquer setor.
Ao receber o salário no final do mês o trabalhador tem que pagar contas e verifica que o valor é justo, na medida. Mas ele lembra que no mês anterior fez uma compra a prazo e agora teve que pagar a primeira parcela. O gasto a mais não existia. Essa é uma hipótese. Outra hipótese: os descontos de impostos aumentaram. Outra hipótese: houve desconto por falta/dia dele no trabalho. Enfim, é apenas um exemplo de que é preciso avaliar antes de tomar qualquer atitude, antes de determinar uma causa.
Ser professor não é fácil, ser família também não é fácil.
O ideal não é a dependência, mas a parceria, o auxílio, a contribuição que cada um pode oferecer.
Há pessoas que são contra o “Se”. Mas ele ajuda na busca de solução porque “se” não é possível de um jeito, é possível de outro. “Se” meu aluno não consegue aprender dessa forma, facilitarei para que ele aprenda de outra.
O objetivo desse artigo não é afirmar que a escola deve fazer milagres para resolver questões que não cabem somente a ela, mas apoiar e sugerir reflexão no que tange a conscientização.
A escola pode ter meios mais eficazes de ajudar o aluno com dificuldades.
Há casos em que é a família que pede socorro e não sabe a quem ou como recorrer e proceder. Sente vergonha, medo, insegurança, enfim, acabando por utilizar mecanismos de defesa. É necessário compreender o contexto familiar.
Uma dúvida surge quanto a importância da participação da família na escola e principalmente na vida do educando pela qual ela é a responsável maior: Como atrair os pais?
Não é nada fácil porque há uma série de detalhes, o trabalho por exemplo, que interferem profundamente nesse processo, e além disso é demorado.
Todavia, poder-se-ia começar pela realização de reuniões mais atraentes, dinâmicas, envolventes, que estimulem a afetividade. O método das dinâmicas de grupo é um recurso fantástico. Elogios também, por mais simples que sejam as ações, bem como os educandos.
Os pais ou responsáveis sentem-se desestimulados quando são convocados para reuniões de pais e mestres, pois sabem que só ouvirão reclamações e cobranças. Dar oportunidade para se manifestarem, expressarem seus sentimentos, suas idéias é importante e eles sentem-se valorizados. Descobrir melhores caminhos junto a família é valioso.
Outra dica é a terapia do abraço mesmo a distância.
Ao escrever bilhetes ou comunicados, encerrar o texto dizendo “Um abraço” ou “Abraço” transforma as energias e todo e qualquer problema pode ser resolvido com mais tranqüilidade, pois forma um vínculo positivo.
A família é essencial na vida de um indivíduo e os educadores não estão errados ao pensar no dever que a mesma deve cumprir. Posteriormente trataremos exclusivamente sobre esse tema.
A escola, os professores devem usar a criatividade e as ferramentas necessárias para o bom desempenho do aluno.
Noêmia A. Lourenço
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3 comentários:
Prezada Noêmia,
Também sou Psicopedagogo, li sua matéria sobre "Escola e Família" e quero parabenizá-la pelas palavras tão bem colocadas a respeito do assunto.
Abraço,
Ronaldo (Triunfo/PE)
Obrigada, Anônimo!
É nossa função orientar e prevenir contra os problemas de aprendizagem.
Enquanto não houver conscientização haverá problemas muitas vezes simples de serem resolvidos.
Abraço
Desculpe pelo "Anônimo", Ronaldo!
Outro abraço
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